“Cantando Elis” encanta pelo talento e entrega do Coral Associação Sabesp

Veja o texto do coralista Ricardo Dias, ilustrado com as imagens de Daniel Souza, num contexto poético das canções da Elis Regina, sobre a apresentação do espetáculo “Cantando Elis” pela Coral Associação Sabesp, sob a regência do Maestro Carlos Cerqueira, em circuito.

A mais recente apresentação foi em São Paulo, no dia 25.05.2024, no Anfiteatro do Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso.
E a próxima será em 22.06.2024, às 20h, em Caraguatatuba, no Teatro Mário Covas.

Coral Associação Sabesp (Texto de Ricardo Dias/ Imagens de Daniel Souza)
25 de Maio de 2024 - CCJ Ruth Cardoso  

"Caía a tarde, feito um viaduto...", os holofotes estavam apagados, o palco nu aguardava ansiosamente sua nova vestimenta e o silêncio reinava absoluto no CCJ Ruth Cardoso.

Na manhã do dia 25 de Maio os corações coralistas estavam ansiosos e aos poucos foram chegando, se unindo e se reunindo para começar os trabalhos do dia. Dois pra lá, dois pra cá, começavam a dança e a sincronia do trabalho pesado e da arte. Aos poucos o teatro foi ganhando contornos e cores, ganhando vida. Cada coralista que chegava, trazia consigo a vontade, a força, "o seu braço, seu lábio e a sua voz".

"Pega a escada", "cuidado com o degrau", " cadê a tesoura?", e entre tantos desafios, cansaços e risadas o espetáculo foi surgindo, não somente o "Cantando Elis", mas o espetáculo que a união e a vontade nos proporcionam, o espetáculo dos bastidores, das tentativas, dos erros, dos acertos e dos aprendizados.

Entre passagens de som, movimentos de palco, preparação vocal, aquecimentos, passagem de instrumentos, luzes e câmeras, o grande momento se aproximava e tomava forma nas mãos dedicadas de pessoas comuns, de Marias e Clarisses, de flagelados e palhaços.

O público aguardava a abertura das portas e enfim as luzes se acenderam. Os coralistas, abrilhantados com as cores da Sabesp e envoltos pela alegria e espiritualidade das mandalas que adornavam o palco, soltaram a voz preenchendo a tarde com o roncar das cuícas, maracas e bongôs, com as preces do caipira e a batucada da vida.

O espetáculo, além do foco em canto coral, trouxe esquetes teatrais, solos, dueto, poesias e recitais acompanhados de percussão e piano entretendo um público de aproximadamente 130 pessoas. Tudo passou num piscar de olhos como todas as coisas boas e felizes.

Os aplausos emocionados mostravam que nosso objetivo havia sido alcançado e a música mais uma vez fazia seu papel de tocar cada coração ali presente. Nossa pequena Elis, talentosamente interpretada pela atriz Sophia Del Rio, nos ajudou a cerzir cada retalho do espetáculo bordando mais este momento em nossos corações.

A corda bamba que leva ao sucesso é longa e todo artista sabe que em cada passo pode se machucar.

O nosso show continuou e vai continuar, como bem sabe a esperança equilibrista.